Com indicadores socioeconômicos que se aproximam da realidade de países
desenvolvidos e com 40% dos shoppers
(aquele que decide a compra) nas classes altas (A e B), o Sul do Brasil se
posiciona com um consumo mais criterioso e racional que as demais localidades
do país.
A pesquisa, realizada pela Nielsen, também destaca a sensibilidade da população do Sul em relação
a preços dos produtos. “56% das marcas nacionais, que apresentaram um bom desempenho, reduzem seu
índice de preço frente à categoria, reforçando tal cenário na região e, quando
comparado até a outros países da América Latina, o Sul é o que possui maior
elasticidade nesse quesito“, afirma Daniel Silveira, analista de mercado da
Nielsen.
Com 92% da população nas classes A, B e C, o peso dos gastos em bens secundários e terciários é maior, uma vez
que o consumo primário já está consolidado há alguns anos. “O volume movimentado
nas cestas de consumo - predominantemente bens primários (alimentação e
bebidas) - dos três estados teve uma retração maior que a média nacional,
principalmente pela qualificação do consumo ocorrer em menor intensidade por
aqui”, explica Silveira.
Regionalismo – 90% do varejo do Sul, considerando lojas de autosserviços, é
concentrado em cadeias regionais, que colaboram com 74% do faturamento da
região. Produtos de marcas regionais
também se destacam, crescendo 38% acima das nacionais nos super e hipermercados,
no período dos últimos 12 meses.
Nas categorias em que ganham importância, as marcas regionais são
impulsionadas por distribuição, atuando com um preço próximo à média da
categoria. Já as marcas nacionais destacam-se com investimentos no ponto
de venda e preços competitivos, além de lançamentos que focam em atributos
valorizados pelo consumidor como, por exemplo, saudabilidade.
Entretanto, existe uma tendência nacional na região: a do consumidor que
compra em diversas lojas – conhecido como multicanal –, que fez com que o número
de lojas crescesse 8% na localidade. O crescimento médio de canais visitados
pelos consumidores sulistas cresceu 10,3%, enquanto a média brasileira retraiu
1,2%.
“A singularidade do shopper desta
região exige das empresas um trabalho claro de entrega de valor agregado e que mostre
uma sinergia entre custo x benefício, que deve ser comunicado”, finaliza
Silveira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário